quinta-feira, 6 de maio de 2010

Capítulo 2 - Segredo

Ás vezes é engraçado como as coisas acontecem. Alex e Elizabeth começaram a estudar no mesmo colégio que eu. Fiz uma grande amizade com Eliza. Na verdade, viramos melhores amigas. Eu ia muito na casa dela, ela na minha, todos os dias...



Nesse período desenvolvi uma mania. Não sei se alguém notou. A mania de observá-lo. Pra ser franca, não era bem uma mania, era algo compulsivo, involuntário. Eu o observava tanto que até hoje posso ver seu meio sorriso perfeitamente e com detalhes. Decorei todas as suas ações, até seus bocejos. Tudo. Se, algum dia, precisassem de alguém para imitar Alex Ford, com certeza eu seria a pessoa certa.



É claro que ele ficou bem popular no colégio. Não só por ser lindo, mas pelo seu jeito encantador. Educado, extrovertido. Para mim ele sempre foi perfeito! E eu sempre fui a garotinha tímida sem chance.



Eu nunca fui vaidosa. As minhas amigas daquele tempo sempre usaram maquiagens, penteados lindos... faziam seus pais comprar roupas caras. Inclusive Eliza. Mas eu nunca me importei. Até que, um dia, percebi que Alex me encarava. Eu, claro, desviava sempre o olhar e com certeza corava muito. Acho que ele se divertia com isso, por isso continuou a faze-lo.



As únicas pessoas pra quem eu confiei este meu segredo foram Eliza e minha irmãzinha Sophia.

Sophia tinha 8 anos, mas ela me ouvia como ninguém! Não tinha muita opinião sobre as coisas, mas adorava como ela se interessava quando eu falava com ela.

Mas depois que ela foi crescendo, começou a falar bastante... sempre me perguntou porque diabos eu não me declarava pra ele e acabava com aquele sofrimento?!





Seis anos depois, é claro, Alex se formou bem antes de nós. Foi fazer faculdade de direito.

Mas não me importei porque ele morava na casa da minha melhor amiga e eu podia ve-lo quando eu quisesse. Ah... como eu adorava isso.

Ah... como eu amava.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Capítulo 1 - Erros

Ás vezes me perguntava porque esse tipo de coisa só acontecia comigo. Percebi que todos se perguntam isso. Humanos, eu e você também, temos muito em comum. Pense bem, todos nós já sentimos medo, todos nós já cometemos erros... Sim, é isso! Talvez eu tenha cometido um grande erro e talvez seja por isso que estou assim agora. Sim, e é esse o meu maior erro: o meu amor sem limites.

Meu nome é Alice Moore. De acordo com minha certidão de nascimento, completaria meus 20 anos hoje. De acordo com o destino, terei 18 anos para sempre. Admito, nunca fui uma pessoa muito forte, apesar de sempre terem me dito o contrario. Se fosse, hoje estaria muito bem, obrigada. Mas procurei o meu “descanso” da forma errada. Minhas lembranças estão mais vívidas do que nunca, percebi que elas retornam frescas quando você morre. Uma boa dica para você: se quiser ter uma morte tranquila, não faça nada de que possa se arrepender depois.

O meu segundo maior erro chamei de “descanso”, você o chamaria de suicídio.

Ninguém conhece minha historia, até agora. Comecei a mergulhar nas lembranças e pensamentos. Não tenho mais um coração, mas sinto como se ele estivesse a ponto de explodir com tantos sentimentos. Por isso, hoje eu preciso compartilhar o que vivi. Procurei por pessoas que pudessem me ver ou que pudessem me ouvir. As pessoas mortas já se lamentam demais e não escutam os outros. Aqueles rituais só evocam espíritos ruins que enganam as pessoas. Queria alguém para me escutar, somente isso.

E então eu encontrei você, disposto a ouvir o que tenho a dizer, desculpe se esta pequenina fantasma te chatear, mas é bom compartilhar pensamentos, sabia? Isso alivia... pena que eu descobri tarde demais.



Na época em que eu só tirava dez em matemática e que sofrimento era uma palavra que eu só conhecia na teoria, conheci este garoto. A casa em frente a minha tinha uma placa de “Vende-se” há um bom tempo, eu sempre lia aquela placa, mesmo sem querer, por isso me lembro bem das palavras vermelhas pintadas no fundo branco. Por isso também, logo percebi quando ela foi tirada dali. No mesmo dia em que o caminhão de mudanças fez o seu trabalho, eu e minha família fomos dar as boas vindas aos novos vizinhos.

Primeiro vi seus pais e uma garota, o nome dela era Elizabeth Ford e tinha a mesma idade que eu. Depois das apresentações, nos sentamos na varanda e ele apareceu.

- Boa noite! – Todos responderam, menos eu. Estava completamente perdida nos olhos dele, castanhos. O cabelo bem arrumado, preto, com gel e espetado. A pele muito branca, e até óculos usava, mas que não escondia sua beleza. Ele era lindo, a sua maneira.

Os pais deles e os meus ficaram conversando, e eu, minhas irmãs, Elizabeth e ele decidimos brincar por ali. Fomos ao jardim e seu cachorro, Pingo (um poodle), nos acompanhava.

Eu tinha duas irmãs mais novas, Natalia e Sophia. Meu cabelo era curto, óculos maiores do que minha cara e aparelho nos dentes. Sempre fui baixinha, e na época, mais magra que o normal. E então, educado como só ele, veio falar comigo.

- Oi! Qual o seu nome?

-...a-alice – eu era timida ao extremo.

- Meu nome é Ford, Alex Ford! – ele riu alto e eu dei risinhos timidos.

– Quantos anos voce tem?

-11...

-Eu tenho 14!

As meninas nos chamaram para brincar depois disso, mas eu ja sabia o suficiente sobre ele. E estava feliz, como nunca antes por causa de um garoto. Era o meu primeiro amor.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Prólogo

Eu queria ter perguntado várias vezes para onde a estavam levando, eu queria ter chorado, esperneado, implorado... ao menos teria lutado de alguma forma. Mas eu estava imóvel, eu sabia que estava acordada, mas não consegui me mover.

Sempre me perguntei se o medo havia me paralisado ou se haviam envenenado o meu corpo.

O pior de tudo é que eu sabia. Eu sentia que algo de ruim aconteceria naquele momento. Parecia que todos os pelos do meu corpo se arrepiaram para me avisar. Parecia que eu estava tremendo para me alertar. Eu sabia que ia sofrer em breve. Sabia que nada de bom poderia sair dali... eu só não sabia que seria tão doloroso.

Toda a minha vida havia me perguntado o que eu faria se perdesse uma pessoa que eu amo... e mesmo quando passei por isso, eu ainda não sei responder.

Memórias de Alice Moore

Memórias de Alice Moore é uma fanfic criada em 17/02/2010.
Baseada em alguns pequenos fatos da minha vida.
Comecei a falar sobre a fic publicada primeiro no site Nyah! Fanfiction , então decidi finalmente criar um blog só para ela.

Sintam-se a vontade para comentar e deixar críticas construtivas!
Lembre-se: se não tiver nenhuma crítica construtiva ou nada de bom para falar, é melhor que guarde para si mesmo ^^!

Postarei um capítulo por dia!

Sejam pacientes comigo, pois é minha primeira historia!

Espero que gostem!